segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Equilibrium

Nada de cores. Tudo é cinza. Vermelho, paixão. Verde, tranquilidade. Roxo, transcendência. Proibidos. Nada de quadros. Tudo é cinza. Monalisa, queimado. Monetti, queimado. Nada de música. Beethoven, já não se esculta mais. Vinil, queimado. CD queimado. Tudo o que torna o homem, homem, destruído.

Tudo pela causa. E qual é a causa? Não sentir. Alexandre O grande, matou milhares. Hitler matou milhares. Calígula, matou a própria irmã, grávida de seu próprio filho. E por quê? Porque sentiam. Tinham raiva, ganância, medo, alegria, dor. Os sentimentos levam o homem a cometer coisas perdoáveis e imperdoáveis., pelo simples desejo de se satisfazerem. Desejo.Para evitar o pior, porque não tornar o homem uma máquina? Um ser incapaz de sentir o menor afeto pelo outro? Medo. Assim aconteceu.

Há um pontinho vermelho. Uma menina.Está chorando escondida debaixo da mesa da cozinha. Está segurando uma fita vermelha. A simples cor, e maciez da fita de seda a faz chorar. Emoção. Era de sua mãe. Ela sumiu. Disseram que foi pela causa. Ela era uma rebelde. A menina não sabia bem o que era isso. Mas devia ser uma coisa muito ruim. Batem na porta. A porta cai. Homens de cinza armados entram. Entram, pela causa. Ela não verá mais o sol nascer. Sol cinza.


Um comentário:

  1. O vermelho é a cor do socialismo. É a cor dos comunistas, também. Mais dos comunistas, até. A seda da menina é vermelha. Amiga, nesse texto você me surpreendeu como em nenhum outro. Nesse você foi além!

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