quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O garoto

Eu estava rindo de mim mesma quando senti seu olhar. Eu o encarei. Você me olhou por inteira. Olhar de quem se alimenta. Passei por você, agora rindo envergonhada. Olhei para trás e você estava sorrindo para mim. Deus, como você estava lindo. Os cabelos bagunçados caiam sobre os olhos, camiseta branca, calça jeans e mãos nos bolsos.

As garotas falam de você. Elas te desejam. Elas dizem "Ah, ele é gay", talvez uma desculpa para aceitar alguém inalcançável. Eu digo " não, ele não é gay". Eu sei que não. Sinto no seu olhar. Sinto todas as vezes que agora passo por você. Pois desde aquele dia, agora sei que você existe. Agora te vejo. Você esta dentro da minha cabeça, e faz parte de meus delírios.

Hoje eu te vi novamente. Você estava conversando com seus amigos quando eu passei. Você parou de falar e me olhou. Me acompanhou com os seus olhos, enquanto rapidamente o olhei e desviei os meus. Não sei o que se passa em seus pensamentos, mas de uma coisa estou certa, foi uma troca de desejos. Seus olhos diziam tudo. Olhos de quem implora " Por favor, eu preciso do seu nome! Só o seu nome".

Nunca nos falamos. Não sei se um dia chegaremos a nos conhecer. Este ato poderia acabar com tudo. Com todo esse mistério e desejo. É gostoso passar por você e imaginar o que poderia acontecer. Te pegar sozinho ali no corredor, jogar dentro de uma sala e te encher de beijos e mordidas, sair e deixar você sem ao menos saber o meu nome. Somente o susto e a excitação.

Pensamentos. É melhor deixar tudo isso apenas assim. Deixar estar.


"Sem mais eu fico onde estou
Prefiro continuar distante..."

Um comentário:

  1. ah, como seria bom se nós realmente conseguissemos nos contentar com esse "deixe estar". mas, é aquela velha coisa, né... quando se chega a verbalizar uma intenção de "não acontecer",é porque mentalmente já estão feitos mil e um planos pra que aconteça!!! HAHAHAHAHAHAHA

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